Fatias de Tomar
24 AbrHistória:
Diz a lenda que as Fatias de Tomar eram o doce preferido dos freires do Convento de Cristo. Apesar dos ingredientes serem iguais a muita doçaria conventual, ovos e açúcar, o processo de confecção torna estas fatias completamente distintas e com uma textura única a que a calda confere sublime doçura.
Receita:
Ingredientes:
- 24 ovos
- 1 kg de açúcar
- 1 Lt de água
Preparação:
Separam-se as gemas das claras. De seguida batem- se as gemas (se bater à mão deverá bater durante 1 hora, se for com o batedor eléctrico deverá bater durante 20 minutos). Leve ao lume com água quente a panela especial para a cozedura das fatias, ou um recipiente onde caiba a forma com tampa, no caso de não possuir a forma própria. Unte com margarina a forma, e deite dentro o preparado das gemas batidas, tape e introduza a forma no recipiente que deverá conter a água a ferver.Feche com os grampos, ou com a tampa e deixe cozer em lume forte, durante 1 hora, tendo o cuidado de ir acrescentando água quente pelo funil da panela, sempre que for necessário. Enquanto a massa das fatias coze, prepare a calda. Leve ao lume o açúcar com a água e deixe fazer um ponto fraco (102º C no pesa xaropes). Desenforme a massa de gemas, e deixe arrefecer.Depois de frias corte fatias com a espessura de 1 dedo.
Introduza as fatias uma a uma nesta calda, que deve borbulhar ligeiramente, deixe-as inchar e absorver um pouco de calda. Retire as fatias cuidadosamente com uma escumadeira e coloque-as numa bonita travessa onde irão ser servidas. Por fim, regue-as com o resto da calda.
Tigeladas de Abrantes
24 AbrHistória:
A origem das tigeladas, doce conventual, são de facto da freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Abrantes. Conta a Lenda que uma senhora ( que aprendeu o segredo das tigeladas há quase um século, através de uma amiga), de nome, Verdiana, fora lavadeira de um convento de Abrantes (Convento da Graça – demolido em 1902) onde aprendeu o segredo do doce, com as freiras. Foi assim que começaram a fazer tigeladas em Rio de Moinhos e o segredo passou de geração em geração até aos nossos dias. O nome tigeladas, deriva da tigela de barro, onde o doce é cozido.
Receita:
Ingredientes:
- 250 gr de açúcar
- 60 gr de farinha de trigo
- 6 ovos
- 1/2 Lt de leite
- 1 limão em raspa
- 1 colher (café) de canela em pó
Preparação:
Aqueça o forno até ficar bastante quente e coloque lá dentro as tigelas de barro vazias a aquecer por cerca de 30 minutos. Num recipiente misture bem o açúcar coma farinha, a canela e a raspa de limão. Junte depois o leite em fio, mexendo sempre, e de seguida junte os ovos. Bata tudo muito bem por 5 minutos. Deite depois o preparado nas tigelas quentes, sem que estas vertam. Para isso, use uma colher de sopa e vá enchendo cá de fora as tigelas que estão no forno. Feche a porta e deixe cozer por cerca de 10 minutos em forno quente. Retiram-se depois e servem-se frias.
NOTA: Se não conseguir arranjar as tigelas de barro características, onde as tigeladas devem ser feitas, use à falta de melhor, tigelinhas de ferro ou alumínio que devem ser untadas e aquecidas da mesma forma que as de barro. No entanto é preferível que se consiga fazer nas de barro.
Palha de Abrantes
24 AbrHistória:
Conta a tradição que a denominação Palha de Abrantes se encontra associada ao movimento fluvial que em tempos animava o Tejo. Antigamente toda a palha proveniente do Alto Alentejo era transportada em carros de tracção animal e depositado em cais no Rossio de Abrantes para mais tarde seguir em barcos para todo o Ribatejo. Abrantes era um porto de paragem no abastecimento de, entre outros produtos, fardos de palha para os animais de tiro da capital (Lisboa).
Quando surgiram os comboios e como as viagens eram demoradas, os passageiros que vinham das Beiras e fronteira, já cansados, exclamavam: “Já chegámos à terra da palha!!!” Nasceu assim a citação de “se queres palha vai a Abrantes”.
Foi então que as freiras dos quatro conventos, existentes em Abrantes se lembraram de, com fios de ovos e ovos moles, baterem os ouriços (primeiro nome dado à palha). Mais tarde, deu-se-lhe o nome de Palha de Abrantes, porque os fios de ovos lembravam os fardos de palha no cais do Rossio de Abrantes. É senso comum que este produto tem a sua origem nos conventos de freiras existentes na cidade, nomeadamente o Convento da Graça, da Ordem das Dominicanas. Considera-se uma “obrigação” para quem vai a Abrantes provar os doces regionais, dos quais o mais célebre é este.
Receita:
Ingredientes:
- 250 gr de açúcar
- 2,5 dl de água
- 12 gemas
- 4 claras
- 1 colher de chá de canela
- 60 gr de amêndoa pelada
- Folhas de obreia q.b.
Preparação:
Prepare os fios de ovos. Leve ao lume a água com o açúcar e deixe ferver até atingir o ponto de pérola fraco.Misture 6 gemas com 2 claras, com um garfo sem bater e passe três vezes por um passador de rede.Coloque os ovos num funil de fazer os fios de ovos e sem demoras, para não aumentar a densidade do xarope, deixe cair os fios na calda, manobrando o funil o mais alto possível.Os fios de ovos tomarão o aspecto de uma meada que deve ser retirada com a ajuda de uma ou duas escumadeiras e colocada sobre uma peneira com o fundo virado para cima.Abra os fios passando as mão por água fria.Enquanto prepara os fios de ovos, estes devem de ser sempre borrifados com água fria para impedir que a densidade do xarope aumente.Feitos os fios de ovos, deixe ferver a calda que restou até fazer ponto de cabelo. Depois de arrefecer um pouco, junte as seis gemas restantes, duas claras previamente misturadas e a amêndoa passada pela máquina.Leve o preparado ao lume a cozer e fazer ponto de estrada. Retire do lume adiciona-se a canela.Corte as folhas de obreia em rodelas com 5 ou 6cm de diâmetro, coloque uma colher de chá do preparado que levou amêndoa e cobra com fios de ovos.Leve ao forno muito quente, só para tostar a parte de cima dos ovos.