A Península de Setúbal é enquadrada por dois grandes rios: o Tejo a Norte, e o Sado a Sul, que influenciaram a humanização da Península. Esta é uma região indissociável do elemento água que ajudou a transformar a paisagem e tem sido um factor determinante para o enraizamento das populações, determinando modos de vida e formas de subsistência, como se comprova através dos diversos achados arqueológicos. Os romanos deixaram um importante legado cultural e de organização social que é possível vislumbrar através dos vestígios arqueológicos encontrados por todo o país, e em particular, na Península de Setúbal. “Um patamar rochoso da encosta de serra de S. Luís (concelho de Setúbal), defendido por altas escarpas e conhecido pelo nome de Pedrão (SOARES e SILVA, 1973), que durante o Calcolítico havia já sido ocupado, guarda importantes vestígios do período que precede imediatamente a presença romana. Reflecte, pela sua topografia, estruturas defensivas (muralha) e espólio (pontas de lança) o clima de insegurança e instabilidade que se vivia em meados do séc. I a.C. Com efeito, não tinha sido pacífica a ocupação romana da Península pelos exércitos de Roma. É somente a partir de Augusto que a colonização de inicia de facto.”3 A cidade de Cetóbriga dividia-se no que é hoje o Centro Histórico de Setúbal e Tróia. A produção de preparados de peixe induziu outras indústrias, como a salicultura e o fabrico de ânforas. Entre Setúbal e Alcácer do Sal, encontram-se várias olarias romanas onde se produzia o vasilhame indispensável ao transporte dos preparados piscícolas. Relativamente ao estuário do Tejo, Olisipo (nome romano da cidade de Lisboa) comandava toda actividade aí desenvolvida. Contudo, na margem esquerda surgiram indústrias cuja produção era para alimentar aquele mercado. O fabrico de salga é conhecido em Cacilhas e olarias onde se produziam ânforas têm vindo a ser conhecidas em Alcochete e no Seixal.